segunda-feira, 2 de abril de 2012

Cronologia dos Acontecimentos da Minha Vida Inerentes à Origem da Nova Família do Metical



Vila de Mabalane, da qual sou natural
Chamo-me Júlio António Khosa, natural de Chimunguane, distrito de Mabalane, província de Gaza. O meu pai chama-se António Ndhuna Khosa, filho de Mahimanyane José Khosa e de Almina Buwene Langane. A minha mãe chama-se Flora Masimure Ubisse, filha de Masimure Ubisse e de Rosa Xidzinga Baloi. o meu pai é natural de Chókwè e  a minha mãe é natural de Guijá.

No dia 08 de Janeiro de 1981, eu nascia com uma menina chamada Fátima. Somos gêmios. Somos da terceira gravidez entre o meu pai e minha mãe.

Em 1987 frequentei a 1ª classe juntos com a minha gêmia na Escola Primária 24 de Julho, na Cidade de Maputo. Passei e a minha irmã chumbou. A nossa professora era Ana Paula.

Em 1990 fui dar continuidade dos estudos na minha terra, em Chimunguane, na 2ª classe e reprovei por falta de domínio de matemática. O meu professor foi Carlos Pequenino Zandamela, oriúndo de Manjacaze e professora Tencina.

Em 1991 fiz a 2ª classe sem problemas porque o meu pai e o meu irmão mais velho, Fanito, que na altura andava na terceira classe, faziam o acompanhamento dos meus estudos e me ajudavam a resolver o TPC sempre que tivesse.

Em 1992 fiz a 3ª classe com sucesso. Aqui a professora era Ana Mondlane, natural de Chibuto.

Em 1993 fiz a 4ª classe. Como não havia 5ª classe na minha aldeia, em Chimunguane, tive que parar de estudar porque essa classe só podia fazê-la na vila de Mabalane e lá nós não tínhamos familiares onde podia estar para continuar a estudar.

Em 1994 fiquei parado. Não pude estudar porque não tinha onde estar em Mabalane para dar continuidade com os estudos.

Em 1995, regressaram as minhas tias da África do Sul. Isso me motivou bastante porque elas eram da vila e eu podia estar em casa delas para continuar com os estudos primários. Portanto, para não ficar parado, resolvi repetir a 4ª classe embora já a tinha feito, para renovar os conhecimentos e passei de novo com boas notas. O meu professor desta vez foi Domingos Tivane, um dos dois professores naturais de Mabalane.

Em 1996, consigo ingressar na Escola Primária de Ndhangue ¨A¨, onde fiz a 5ª classe. Nessa classe não fui ao exame, dispensei com média 15. e o professor era Filipe Cossa., oriundo da vila de Macia, província de Gaza. Esse, batia muito. A mim me batia muito alegando que entre os Cossas não havia nenhum burro, portanto, não devia lhe envergonhar.

Em 1997 fiz a 6ª classe com sucesso. Tive bons professores os quais se destacam a professora Ana da Graça e o professor António Reginaldo.

Em 1998, frequentei a 7ª classe mas não concluí, abandonei a escola para a RSA via ¨tshemba-nenge¨. Atravessamos o Kruger National Park da RSA, a pé até Phalaborhwa, no Norte da Africa do Sul, a actual Limpopo Provice, na vila de Lulekani, onde viviam as minhas tias Raudia e Glória Cossa. Ainda no mesmo ano, em Setembro, cheguei a Tembisa, Gauteng Provice, em casa do meu tio Júlio N'wanoti Ubisse, precisamente na zona de Ivory Park Ext 3, viajando com Mankoni e Ndheko Ubisse meus familiares que viviam em ¨ka Ndhebele¨ em Mpumalanga Province.

Em Junho de 2000, devido a falta de identificação pessoal, fui capturado e repatriado pela South African Police Service (SAPS). Estive em Lindela no North West depois através do comboio fui transportado com outros moçambicanos até Ressano Garcia. A informação que chegou a nós foi de que, éramos 1800 (mil e oitocentos) moçambicanos.

Em 2001, torno a regressar para Tembisa. Só que desta vez as coisas não correram bem. Sofri muito ao ponto de resolver voltar para Moçambique com finalidade de continuar a estudar. De referir que esta decisão tomei depois de uma conversa que o tio Júlio teve comigo de tanto sentir pena de mim, porque ele me via a sofrer e me aconselhou voltar a terra natal. Portanto, depois de pensar, resolvi regressar para vir ficar em Maputo. Em Julho de 2001 regresso a Moçambique. Chegado a Maputo, o meu tio cria condições para eu iniciar cortar cabelo na Barbearia que ele tinha preparado para mim. Isso aconteceu.

Em 2002, regresso à escola. Ingressei-me na 7ª classe, na escola Primária Completa 24 de Julho, na cidade de Maputo, para frequentar de noite. No mesmo ano fiz a sétima classe, dispensando com a média 14. Aqui o destaque dos professores vai para o professor Mazibuko, da disciplina de História, ele era muito bom, transmitia-nos o conhecimento como se estivéssemos a viver os acontecimentos (passado).

Banco de Moçambique, na Cidade de Maputo
Em 2003, ingresso-me na Escola Primária Completa do Alto Maé, que de noite era secundária, para fazer 8ª classe. Fiz a oitava classe com sucesso, trabalhando na Barbearia do meu tio, no Bairro Malanga, Cidade de Maputo. Foi neste ano que na barbearia concebi a ideia que apelidei ¨Planeamento do Novo Sistema a do Metical¨ - PNSM - e fazia os esboços desse novo Metical que eu sonhava juntamente com os textos escritos que explicavam como é que era o tal negócio. A ideia central do meu projecto era: corte de três zeros do Metical que circulava para originar o novo com poucos zeros (dígitos), introdução e uso de centavos, figuras de animais e doutra realidade moçambicana ao invés das dos líderes da Frelimo em sequência, dizeres do Banco de Moçambique no lugar das de República de Moçambique ou República Popular de Moçambique.

Em Novembro 26 de 2004, consigo remeter a minha ideia em jeito de proposta ao Banco de Moçambique para apreciação. Enderecei a carta para o governador do Banco de Moçambique que na altura era o Dr. Adriano Afonso Maleiane. Nesse ano eu andava na 9ª classe, aliás, anulei a matrícula devido a instabilidade social e financeira.

Em 2005 a Assembleia da República aprova a proposta de lei 7/2005 de 20 de Dezembro, que Cria e Fixa a Taxa de Conversão do Metical para a Nova família do Metical, a qual conferia poderes ao governador do Banco de Moçambique para determinar as características do novo Metical. Eu tive conhecimento deste assunto através do semanário ¨O País¨ do grupo SOICO, no seu suplemento económico, do dia 14 de Outubro de 2005. Ainda nesse ano, no dia 26 de Outubro recebo a primeira carta do Banco de Moçambique, em jeito do despacho concernente à minha carta de 26 de Novembro de 2004, 11 meses depois, isso porque fui exigir a resposta. Nesse ano eu já frequentava e fiz a 9ª classe com sucesso na Escola Secundária do Alto-Maé, curso nocturno.

Em 2006, concluo o meu nível básico (10ª Classe) na Escola Secundária do Alto-Maé, curso nocturno.
e inscrevo-me na Escola de jornalismo para fazer exame de admissão para o curso de jornalismo.
No dia 01 de Julho de 2006, o Banco lança em circulação novas notas e moedas metálicas do Metical que foi apelidado Nova Família após de ter, em Março do mesmo ano, promovido campanha de sensibilização dos comerciantes para efectuarem a dupla indicação de preços em Meticais das duas primeiras famílias (a de República Popular de Moçambique e a de República de Moçambique) e da terceira família que é a dita Nova Família (a de Banco de Moçambique) segundo a designação do próprio Banco de Moçambique.

Em Agosto 10 de 2006, depois de ter tentado sem sucesso divulgar o litígio em vários órgãos de comunicação social do nosso país, com através do semanário Zambeze, consigo explodir o ¨ximoko¨ aparecendo na capa do próprio jornal. No jornal o director do DEP do Banco de Moçambique, dizia que eu devia negociar até ao fim e não devia resolver o litígio via imprensa.

Ainda em Setembro de 2006 com ajuda de um cliente meu, da minha barbearia, residente do bairro Malanga, onde funcionava a minha barbearia, conheço o senhor que viria ser o meu advogado, o dr Maiópuè.


Em 2007 tentei concorrer para a Escola de Jornalismo, mais não fui admitido, fiz parte dos que esperavam ser repescado, e isso não chegou de acontecer. Gorada a minha expectativa, sem ter conseguido a vaga para dar continuidade com os estudos no ensino médio (pré-universitário), ponho-me a escrever a minha Auto-Biografia, onde narro a história da minha vida ligada a origem da nova Família do Metical, e consigo escrever 127 páginas, faltando o resto dos acontecimentos que viria completar a história até data hoje.

Aos 05 de outubro de 2007, apresentamos a nossa petição ao Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM), Secção Cível e teve o registo do Processo nº. 137/07 – R no prédio Macau na baixa da cidade e, a posteriori, por tratar de assuntos comerciais, veio a ser transferido para a 1ª Secção Comercial (secção Piloto), onde ficou com o novo registo do Processo nº. 38/2007 – P. nesses processos todos (o mesmo) eu apareço como Autor e o Réu é o Estado Moçambicano representado pelo Banco de Moçambique.

Em 2008, consigo me ingressar na Escola Secundária Francisco Manyanga para frequentar 11ª classe de noite. De sublinhar que para conseguir a vaga não me foi fácil. Mas graças a Deus consegui.

Aos Junho de 2008, o tribunal notifica-nos para uma audiência de negociação na qual o meu advogado não chegou de comparecer no dia marcado alegando o seu mau estado de saúde. Apesar desse desencontro, o BM, através do seu Departamento de Assuntos Jurídicos (DAJ), vai nos conceder uma oportunidade de nos encontrar no seu espaço, o que veio a se concretizar no dia 30 de Junho de 2008, tendo-se gorada a nossa expectativa devido a falta de acordo com o Banco. O DAJ defendia que a iniciativa do novo Metical era do BM mas o representante do Banco de tanto defender o nome da sua instituição, chegou a avançar cegamente que a ideia remota desde 1975 o que contrasta aquilo que o DEP dizia de que inicia em 2002. até que chegou a avançar que havia necessidade da presença dos membros do DEP porque ele não estava inteirado no assunto, isso porque eu havia intervido, discordando com o que ele dizia. Adiamos e nunca mais teve lugar esse encontro.

Em 2009, finalizei a minha 12ª Classe, na Escola Secundária Francisco Manyanga, curso nocturno.

Em junho de 2009 vamos a primeira audiência de julgamento. O que eu vi lá!!! Só Deus é que sabe. O encontro teve apenas duração de cerca de 15 minutos contando com a assinatura da Acta. Quando se debruçava dos autos, o meu advogado apresenta-se doente e que não podia continuar com o julgamento, concordou-se para com o julgamento. Pensei que tivéssemos adiado e que viriam marcar o encontro para outro dia mas isso foi um mero sonho, não aconteceu mais. Para a minha surpresa, passado alguns dias o meu advogado me liga para receber a Sentença!!! e, como se não bastasse, ele decide não pegar mais no processo, e que, em caso de recurso eu tinha que arranjar ouro advogado. Mas com dias contados como é que eu iria conseguir advogado para ler aquele calhamaço do processo que chega a atingir cerca de 300 páginas? Tentei arranjar sem sucesso advogado na cidade de Maputo. Doeu-me muito. Cheguei a desconfiar que tratava-se de um jogo bem estudado, que sem o Dr. Maiópuè não iria a lado nenhum, seria a minha derrota completa. Conheci a LDH, a Muleid, AMMCJ, e entre outros advogados de renome, que também recusaram-se de pegar no caso, por considera-lo um ¨caso quente¨ que lida com os ¨Tubarões¨. Tiveram medo, ou melhor, evitaram-no, por ver que seria um caso que dificilmente iriam ganhar devido ao facto de ter sido outro advogado que o iniciara. Foi uma experiência muito forte. Aconselhado por um jurista, acabei escrevendo alegações de recurso pessoalmente, enquanto procurava pelo novo advogado, mais para garantir o prazo.

Em 2010, consigo admitir na Universidade Pedagógica (UP) pra fazer o curso de Ensino de Língua inglês, 12ª + 1. No final do ano, consegui fazer a maior parte das cadeiras, tendo ficado a dever a cadeira de Técnica de Expressão em Lingua Portuguesa, do Mestre John Tangal.

Palácio da Justiça da Cidade de Maputo
Ainda no ano 2010, o nosso processo desagua no Tribunal Supremo (TS), 4ª secção Cível. Foi despachado para o gabinete do Dr. Mangaze e ficou com o registo nº. 162/10.

em 2011, o nosso processo é transferido para o tribunal Supremo de Recurso (TSR), no novo edifício de Palácio de Justiça da Cidade de Maputo, tendo ficado com o registo nº. 327/11, aguardando pelo despacho da magistrada, a Drª. Osvalda. Do momento aguardamos pela decisão final do TSR. Nesse ano, consegui ingressar na Universidade Eduardo Mondlane, para fazer o curso de Organização e Gestão de Educação na Faculdade de educação, regime Pós Laboral.

Em 2012, inscrevo-me para dar continuidade do meu curso, no 2º Ano. Neste ano, continuo a tentar negociação com o Banco de Moçambique mas parece-me que o BM continua a defender a sua imagem lesionando a minha inocência. Outrossim, continua o processo de consulta do despacho no TSR. Ainda, aproveitei visitar a Tenda da Justiça em Março passado.


Maputo, aos 02 de Abril de 2012

O Autor

Júlio Khosa